A importância da criança, ser criança.
Foi em 5 de outubro de 1988, através da promulgação da Constituição, que o artigo 277 passou a garantir à criança e ao adolescente a condição de cidadão, e definiu como “dever da família, da sociedade e do Estado o direito à vida, educação, lazer, liberdade e convivência familiar, salvo de toda a forma de negligência, exploração e violência”.
A Carta, portanto, estabelecia que as crianças seriam prioridade, mudando a forma que a sociedade brasileira enxergava meninos e meninas. Principalmente, porque tornou possível o acesso e inclusão de todos à educação básica e à escola, numa realidade em que muitos ainda não sabiam ler ou escrever, ou eram submetidos ao trabalho forçado.
Apesar desses importantes avanços, por muito tempo ser criança e o significado de infância foram ignorados ou não eram levados a sério.
Na Idade Média, por exemplo, e durante boa parte da história antiga, não havia o apego familiar que costumamos ver hoje, e a criança era tratada como um membro da família que deveria ajudar com as demais tarefas domésticas.
Era comum a visão da criança como um “adulto pequeno”, e que poderia servir de mão de obra em algum momento. Segundo pesquisadores, a maior parte da preocupação era durante o nascimento, pois havia muita expectativa e rituais para que a criança nascesse saudável, mesmo que permanecesse uma certa ignorância sobre como lidar com o início da vida. É claro que naquela época, o conhecimento ainda era escasso, e a educação era orientada em sua maior parte pela religião e pela fé, ao invés da razão e da ciência.
Somente a partir da era moderna e dos ideais do iluminismo, que se obteve um novo entendimento do papel do homem na sociedade, e com a evolução do conhecimento científico, é que a sociedade passa a ter um olhar mais cuidadoso em relação à criança, sendo consideradas seres dependentes e que precisam de proteção e amparo.
Com a criação do primeiro Estatuto das Criança e da Declaração Universal dos Direitos das Crianças, que inclui direitos como igualdade, escolaridade e alimentação, além de metas para o desenvolvimento pleno e saudável, é que a infância passa a ser classificada em fases e que os assuntos pertinentes a ela são mais aprofundados.
Hoje compreendemos que criança precisa ser criança, correr, pular, brincar, ser feliz. Também precisa de amor e cuidado para crescer num ambiente sadio e que estimule suas habilidades e competências como ser humano.
“Cada criança é como é, e nosso desafio não é mudá-las, mas conhecê-las e aceitá-las, acolhê-las e propiciar situações para que tenham vez e voz. Dar-lhes espaços, tempos e respiros para serem quem são”.
Adriana Friedmann, autora do livro Escutas Antropológicas e Poéticas das Infâncias.
Aproveite e veja o nosso vídeo, onde crianças contam um pouquinho sobre o que significa ser criança para elas:
A Pópidi busca trazer conteúdos sobre assuntos relevantes e que possam ser de interesse para toda a família, além de desenvolver produtos que acompanham cada etapa do crescimento infantil.
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